sábado, 13 de novembro de 2010
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
Lo(u)cus
Amanhã tudo começa de novo. Mais um dia igual. Esta falsa mudança, este sentimento constante que tenta iludir a minha monotonia, mantem-me vivo e mata-me aos poucos. Sai daqui. Não te quero.
Assassinaste o meu acesso a mim. Impediste-me. Tornaste o meu mundo uma inércia medonha. Não me vou aventurar. A chama quente do teu fogo impele-me a aumentar, cada vez mais, a busca do odor incandescente. Quero fogo! Consigo, quero conseguir controlar o fogo. Quero jogar este jogo.
Isto eu sei que quero. E sei porquê. Sei que quero porque não posso querer. Mas desejo queimar, incendiar, deixar uma marca nos caminhos anónimos e virgens do mato. E com isto matar a insolente proximidade dos templos de podridão, onde tudo está invertido.
Só eu tenho razão! Só eu sei! Ninguém me pode contestar. O código não é o mesmo. As palavras, embora semelhantes, albergam significados estupidamente diferentes. A matéria é diferente. Não possuem a minha clarividência. A minha sabedoria, o meu poder. Não podem querer o mesmo que eu. Nunca o irão atingir. Desconhecem a sua existência. É a ignorância mais pura.
O olhar da estupidez irrita-me. Não existimos em mundos paralelos, pois apesar de não se cruzarem também não caminham lado a lado. E por isso estou sozinho, mudo, incomunicável. E como não me entendem projectam em mim a sua incapacidade de verem o que lá não está. Não consigo tocar-lhes, não consigo chegar-lhes. Quero soltar-me. Quero indendiá-los!
terça-feira, 9 de novembro de 2010
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