Uma reação alérgica sistémica é o que vos pretendo oferecer.
A reação anafilática pode ser provocada por quantidades minúsculas da substância alergénica e o tipo mais grave de anafilaxia — o choque anafilático — poderá terminar em morte caso não seja tratado.
Não o tratem, entrem no jogo!



sexta-feira, 4 de março de 2011

A planta e o gato

Havia uma planta na minha janela.
Era uma planta simples, verde como muitas outras. Encontrei-a num canto. De início não lhe prestei atenção. Era pequena, tinha poucas folhas e alguns dos pequenos ramos já estavam secos há muito.
Havia uma planta na minha janela.
Ela não me pedia água, não me pedia sol. Não me pedia nada. E continuava ali, na minha janela, certa do seu destino. Apenas a olhei.
Havia uma planta na minha janela.
Apenas a contemplava de longe. O seu tronco torto, inclinava-se exigindo a minha indiferença. Queria viver por si. Queria vingar sozinha.
Havia uma planta na minha janela.
E eu não resisti e naquele dia acordei decidida a dar-lhe água. Mas não o fiz, pois ela gostou da minha decisão antes de eu poder agir. Sem saber, dei-lhe o que ela queria e, naquela manhã, ela acordou mais verde e com rebentos.
Havia uma planta na minha janela.
E eu apenas a contemplei. Ela não precisava de água, não precisava de sol nem tão pouco de terra fértil.
Havia uma planta na minha janela que apenas existia, certa do seu destino.

Havia um gato no meu quintal.
Dormitava por baixo de um sol tórrido. E a sua inércia lembrava a morte. Olhei-o da minha janela e o tempo parou. Nada aconteceu enquanto o fitava. Ele não se mexeu.
Havia um gato no meu quintal.
E eu parei de respirar, semicerrei os olhos no movimento do animal que eu via não acontecerem.
Havia um gato no meu quintal.
O frágil animal, confortavelmente deitado, convenceu-me que não tinha vida. Continuei parada a olhá-lo.
Decidi desenhá-lo para roubar a sua posição e prendê-la para sempre nos traços do meu esboço. Peguei no meu bloco.
Havia um gato no meu quintal e quando voltei a olhá-lo, o pequeno animal começou, pachorrentamente, a acariciar as patas dianteiras. Abri o bloco. E o felino já tinha abandonado o seu leito esporádico e desaparecido para não mais voltar a vê-lo.
Havia um gato no meu quintal que ganhou vida assim que desejei desenhá-lo. Sorri e afastei-me pois é assim que o desenho deve ser.

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