segunda-feira, 3 de outubro de 2016
domingo, 2 de outubro de 2016
Trincha
Pinto-te de branco, encharco-te de tinta até não conseguir mais ver-te. Apenas a cor me interessa, deixo à vista os teus pormenores mas és uma coisa nova. Uma coisa branca!
quinta-feira, 29 de setembro de 2016
Pássaro
na sala escura
a iluminação era parca
a fonte incerta
o copo verteu o vinho tinto
a tijoleira ficou mais bonita
e o ruído funcionava como parede
sábado, 6 de agosto de 2016
Aranha
O que estavas a fazer dentro do meu copo?
A tua teia não te chama, não te prende, não a sentes.
O meu copo não te serve.
Mas o teu corpo tece a tua teia, não te esqueças.
sexta-feira, 5 de agosto de 2016
Um melro para ti
Quando
voltas? Não voltas, simplesmente desapareceste. Apenas não estás. Tudo ficou
onde deixaste, as tuas últimas acções, as tuas últimas vontades. Deixaste tudo
como se fosses voltar.
De
algum modo ainda tenho esperança que voltes.
Estou
sempre a reviver o telefonema, estou sempre a tentar perceber o que fazia nas
primeiras horas do dia 10 de março.
Não
me lembro como nos despedimos da última vez que estivemos juntos mas lembro-me
da última conversa ao telefone.
Mas
agora não estás. Simplesmente desapareceste.
Todos
os dias espreito a tua foto porque tenho medo de não recordar a tua cara. Todos
os dias espreito a foto que está na sala do dia de batizado. Para me lembrar
como és, para me lembrar que somos quatro. E também para me lembrar que já não
estás porque continuo a pensar, quando estou distraída, que chegarás da rua a
qualquer momento.
Mas
já passaram oito dias e ainda não chegaste.
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